Não batas à minha porta
Estaria, antes de ganhar-te, a perder-te
Minha existência é uma existência torta
Insípida, incolor, incomum e inerte.
Tu és rosa, eu sou espinho
És amanhecer, e eu, crepúsculo
Sou dor disfarçada de carinho
Que te estraçalha cada músculo.
Não tens ainda cicatriz
Te chamam Má, mas és Boa
Serás uma Princesa ou uma Miss
Até a vida tornar em cravos tua coroa.
Mas esconde, por favor, o teu olhar
esse par de convites inefáveis
fariam o meu “não” desmoronar
e render-se às vacilações instáveis
das armadilhas do verbo amar.
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