Tu não és Helena. Não
fariam por ti guerra alguma
nem tapetes vermelhos no chão
nem banhos luxuosos de espuma
colocariam à tua disposição.
Tu não és Joana. Não
encerrariam por ti conflito algum
nem exércitos tu guiarias pela mão
nem mil povos se tornariam um
sob a flor-de-lis, estandarte vão.
Tu não és Isabel. Mesmo
que lhe chamassem princesa.
Não libertastes ninguém de teu mel: fel
pelas próprias algemas ficaste presa
indecisa entre purgatório e céu.
Tu não és Monalisa. Jamais
fariam em ti exposições de arte
nem teu sorriso inspiraria festivais
e os críticos não andariam por toda a parte
nem orgulho sentiriam teus pais.
Serias, acaso, Capitu? Cigana?
Oblíqua, dissimulada, mentirosa?
Confiariam em ti e em tua trama
Havendo sob a face doce e carinhosa
Olhos de ressaca, boca que engana?
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Não és Helena
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Adorei o poema, repleto de referências. Tornei-me seguidor!
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