sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Compras de Natal

 

Fabrício nunca foi lá muito fã do Natal. Espírito natalino, ceia, amigo secreto, Papai-Noel, jingle de fim de ano da Globo, especiais da Xuxa: achava tudo um saco. Um saco maior que o do Papai-Noel. Mas, para ele, a pior parte era ter de comprar presentes. Que estúpida convenção social! Escolher algo que agrade, modelo, cor, tamanho… e depois ainda dizer, com cara de pastel: “Olha, é só uma lembrancinha,viu? Se não gostar pode trocar.”

Mal sabia ele, porém, que o pesadelo estava apenas começando.

Acontece que, naquele ano, o Fabrício estava namorando a Michele, filha do seu Rodolfo. Ele era um pai atencioso, mas muito duro e rigoroso. Só aceitou que o Fabrício namorasse sua filha por causa da insistência da mulher, dona Olga, e porque fez o rapaz concordar em namorar em casa, das sete às nove, sob supervisão dos pais da moça e sem usar perfume. A lista completa de exigências continha 236 itens que iam desde não sentar no braço do sofá até não emitir sons durante o Jornal Nacional. Acreditava piamente que a filha era uma santa imaculada e inocente. Não é necessário dizer que ela era, na verdade, uma vadia. Fazia tudo o que queria e não queria fora da vista do pai e até do Fabrício, coitado. Ele caía de amores e faria tudo por ela.

Pobre diabo!

Uns dias antes do Natal, dona Olga esperou o fim do jornal e lançou sua ideia genial:

-Rodolfo, porque você e o Fabrício não vão fazer as compras de Natal juntos? Assim, você o ajuda a escolher um presente pra Michele e ele te ajuda a escolher presentes pra mim, porque, sinceramente, ninguém merece ganhar panela de pressão, ou lingerie marrom,ou…

-Tá, tá. Ele respondeu apenas para encerrar o ciclo de assuntos chatos no qual a mulher se perderia infinitamente.

O Fabrício só passou a mão na testa e soltou baixinho um palavrão.

Foram às compras.

Os dois queriam acabar logo com aquele climão chato, mas também queriam dar um presente que não fosse recebido com um “Olha!” e um sorriso amarelo. Seu Rodolfo quis comprar outra lingerie. Já que ela não gostara de marrom, daria uma bege, todo mundo gosta de lingerie bege, não tem como errar. Mas qual seria o número da dona Olga?

-Me vê um troço desses. Bege. tamanho… hmm... M.

O Fabrício fazia de tudo pra parecer um menino decente, educado e sexualmente não-ativo. Decidiu falar alguma coisa, tentar ajudar.

- Errr… seu Rodolfo, acho que o senhor deveria levar o tamanho G. Ou mesmo o GG.

- Tá chamando minha mulher de gorda, moleque?

- Não, senhor, é que…

-Tá dizendo que minha mulher é um canhão, uma baleia que mais parece um peixe-boi inchado com as banhas encalhadas na areia suja de cocô de cachorro doente?

- Não, não é que… é que… olha, leva o M mesmo, qualquer coisa, eles fazem trocas nessa loja…

- Tô de olho em você, moleque.

Agora o climão era tanto que até o oxigênio do ar parecia mais pesado. Andaram por um tempo na loja de lingeries, o seu Rodolfo pensando consigo: “Aquele moleque atrevido… se algum dia eu descobrir alguma safadeza dele com minha filhota, eu arranco as tripas dele e o enforco com elas”. Enquanto isso, o Fabrício andava distraído pensando ora no presente que compraria (não podia ser naquela loja, claro), ora na gafe anterior, ora na Cléo Pires.

- Já decidiu o que vai dar de presente, moleque?

O rapaz tentou pensar na coisa mais pura e respeitável possível:

- Hmm… uma Bíblia, talvez?

- Tá insinuando que minha filha é uma perdida?

-Hã?

- Tá dizendo que ela é uma depravada obsessiva-compulsiva que comete pecado e precisa de uma bíblia pra não passar a eternidade queimando no lago de fogo e enxofre enquanto Lúcifer ri da cara do pai dela que não a criou direto?

- Deixa pra lá…

Foi quando seu Rodolfo se distraiu com uma calcinha de oncinha vestida em um manequim estranhamente atraente. Era uma peça finíssma e transparente, indecente até para uma prostituta. Fabrício voltara a pensar na Cléo e não notara aquela peça de indecência moral em forma de tecido.

- E aí, moleque, vai dizer que quer dar uma dessas pra minha filha também?

O pobre Diabo do Fabrício ainda estava em outro mundo. Deu uma olhada rápida e, sem raciocinar, soltou:

- Não, ela já tem uma.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Despedida da despedida do trema

Olá, leitor do K-Blog.

Não sei se você reparou, mas o texto da despedida do trema sumiu daqui. Calma, é por uma boa causa. Ele foi escolhido pra ser publicado na revista Offline ano que vem, e até lá não pode estar publicado aqui. Aí muitas outras pessoas terão acesso a ele impresso e bonitinho. Prometo que quando sair a revista, volto a postá-lo aqui no Blog. O trema manda dizer que sentirá saudades, mas que está feliz com a sobrevida que ganhou em 2010.

Que seu grito seja ouvido por muitos que, como nós, sentirão falta dele...


Obrigado por visitarem o K-Blog, como homenagem ao trema, vamos terminar o texto não com um, mas com dois pontos.

Abraço..

A Porta

Não batas à minha porta

Estaria, antes de ganhar-te, a perder-te

Minha existência é uma existência torta

Insípida, incolor, incomum e inerte.


Tu és rosa, eu sou espinho

És amanhecer, e eu, crepúsculo

Sou dor disfarçada de carinho

Que te estraçalha cada músculo.


Não tens ainda cicatriz

Te chamam Má, mas és Boa

Serás uma Princesa ou uma Miss

Até a vida tornar em cravos tua coroa.


Mas esconde, por favor, o teu olhar

esse par de convites inefáveis

fariam o meu “não” desmoronar

e render-se às vacilações instáveis

das armadilhas do verbo amar.

sábado, 28 de novembro de 2009

Entrevista de emprego

 

Aquele era o dia.

Pela primeira vez na vida do Walmir algo parecia ter dado certo. Após andar por toda a cidade distribuindo currículos, pedindo indicação de amigos, gastando as últimas economias em Lan Houses se inscrevendo em sites de emprego, finalmente conseguira uma entrevista. E não uma entrevista qualquer, era uma empresa bacana, tinha plano de saúde e até vale-refeição. Se tudo desse certo, não precisaria mais viver de bicos. Poderia sair da casa dos pais. Poderia comprar uma TV de 29 polegadas. Poderia até comprar um anel de noivado para a Valdirene. Já imaginava-se um homem empregado, independente, barbeado.

Acordou as cinco da manhã, pois teria de enfrentar muitos quilômetros até o lugar da entrevista. Ao pensar que, se fosse contratado teria de fazer o longo percurso todos os dias, desanimou um pouco, mas logo afastou esse pensamento. Procurava lembrar-se das frases dos livros de auto-ajuda que lia aos montes. “Não desista do seu sonho, Walmir, não desista”; “transforme os obstáculos em trampolins”; “acredite em você”. Comeu um pão com margarina e tomou uma caneca de café com leite, enquanto ainda repetia mentalmente esses mantras. Escovou os dentes duas vezes, só pra garantir.

Aquele era o dia.

Tomou um ônibus. Lotado, muito lotado. Mesmo acostumado com essas coisas, nunca tinha visto tanta gente caber em um espaço tão apertado. Preocupava-se com a roupa, ia ficar todo amarrotada. A bunda de uma cara gordo pressionava o Walmir contra um suporte de ferro a ponto de ele ter dificuldades em respirar (porque esses gordões entram em ônibus lotado, meu Deus? Pensou consigo). Cada centímetro quadrado era disputado ferozmente com braços, cabeças, pernas e nádegas. A essa altura o Sol já nascera forte e fazia calor. Muito calor. Sentia gotas de suor escorrerem lentamente pelas pernas, fazendo cócegas. O gordão agora segurava nas barras de cima, deixando o sovaco suado e pegajoso bem na cara do Walmir. Desistiu de segurar-se e tentou relaxar, só não caiu porque a multidão em volta impedia. Um garoto usando um boné estranho ouvia uma música Black. Ou rap? Ou seria hip-hop? (nem ele mesmo sabia dizer) em volume alto. Foi quando Walmir olhou pra janela do ônibus, os pássaros voando tão livres lá fora, o ar fresco, pessoas andando… Sentiu-se tentado a pular fora por ali mesmo, mas não podia, tinha que resistir. Vai saber quando uma oportunidade dessas apareceria de novo… Provavelmente nunca, não com vale-refeição.

Aquele era o dia.

Quando desceu do ônibus, aliviado e com as pernas dormentes, já passava das dez e meia. Tomou um ar, resolveu comer um hot-dog. O pão com margarina era pouco e estava com fome de novo. Pagou com moedas, deu uma mordia, estava frio. Pensou em reclamar com o dono da barraquinha, afinal, como ele pode vender um “HOT” dog frio? Mas aí reparou que a plaquinha só dizia mesmo “DOG”. Conformou-se e comeu rápido, a entrevista era às onze e, afinal,

Aquele era o dia.

Chegando lá a secretária orientou-o a esperar na sala ao lado. Ansioso, ficou batucando com os dedos na mesa no que parecia horas de espera. Sentiu o estômago revirando. Maldito Hot-Dog, não caíra muito bem. Passou a língua nos dentes e sentiu um pedaço de alguma coisa bem lá no fundo, nos últimos dentes. Já ia colocando o dedo na boca quando percebeu uma câmera na sala. E se estivesse sendo observado? E se fosse um teste? Mas não podia ser entrevistado com sujeira nos dentes! Disfarçou, caminhou até a janela, fingindo observar a “paisagem” e, o mais discretamente possível, colocou o dedo na boca, buscando o maldito pedaço de qualquer coisa lá no fundo. Com muito esforço, conseguiu alcançá-lo, descobrindo ser um resto de salsicha. Maldito Hot-Dog. Não se perdoaria se algo desse errado.

Aquele era o dia.

O alívio, entretanto, durou pouco. O estômago revirava ainda mais, se agitava, doía, se contorcia, se rebelava como um rebelde em busca de independência. Precisava ir ao banheiro. Mas e se demorasse? Mas e se não agüentasse e sujasse as calças? Maldito Hot-Dog. Ficou lutando contra o próprio corpo que parecia odiá-lo até que decidiu que não teria outro jeito: precisava de um banheiro. Mal tinha tomado a decisão, porém, o entrevistador, ou melhor, entrevistadora entrou na sala. Tarde demais, era tudo ou nada.

- Bom dia Sr…hãã… Walmir. Desculpe o atraso, nó já podemos come… hã… Mas que cheiro é esse?

Que dia era aquele!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Rabiscos

Uma noite, dois amantes

Dois amantes, um desejo.

Um desejo, duas bocas.

Duas bocas, um beijo.

…………………………

Nenhum astro se sente seguro

Sem ninguém que diga ou conte,

Todo dia, com medo do escuro,

O Sol se esconde atrás de um monte.

…………………………

Algo eu não consigo perceber,

mistério maior que tramas e intrigas:

quando começa a chover,

Pra onde é que vão as formigas?

…………………………

Na natureza não há justiça ou escolha.

Quando sopra uma ventania ligeira,

A árvore perde uma folha;

a folha, uma árvore inteira.

…………………………

A Solidão me disse: desperta!

Nenhum ser humano convém.

Se eu fosse a uma ilha deserta,

Não levava ninguém!

…………………………

Um dia, tomando cappuccino,

mandei pro inferno esse tal de desejo.

Se eu acreditasse mesmo em destino,

não te dava sorrisos, te dava um beijo.

…………………………

Você foi ao dentista. Pra quê?

Sei que me enganaram, foi isso!

Quem voltou não era você…

Onde estava o seu sorriso?

…………………………

Se a borboleta pousa delicada,

é indiferente à alegria ou à dor.

Se ela permanece ali, parada,

É porque te confundiu com uma flor.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Não és Helena

Tu não és Helena. Não

fariam por ti guerra alguma

nem tapetes vermelhos no chão

nem banhos luxuosos de espuma

colocariam à tua disposição.


Tu não és Joana. Não

encerrariam por ti conflito algum

nem exércitos tu guiarias pela mão

nem mil povos se tornariam um

sob a flor-de-lis, estandarte vão.


Tu não és Isabel. Mesmo

que lhe chamassem princesa.

Não libertastes ninguém de teu mel: fel

pelas próprias algemas ficaste presa

indecisa entre purgatório e céu.


Tu não és Monalisa. Jamais

fariam em ti exposições de arte

nem teu sorriso inspiraria festivais

e os críticos não andariam por toda a parte

nem orgulho sentiriam teus pais.


Serias, acaso, Capitu? Cigana?

Oblíqua, dissimulada, mentirosa?

Confiariam em ti e em tua trama

Havendo sob a face doce e carinhosa

Olhos de ressaca, boca que engana?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Simão, o vacilão

 

Ninguém sabia explicar porquê. Uns diziam que era a confluência dos astros, outros que era defeito genético, outros ainda diziam que era uma maldição. As teorias variavam bastante, mas nenhuma conseguia realmente explicar porque o Simão nascera deste jeito…peculiar.

Seu primeiro ato de maldade foi aos três segundos de vida. Ao nascer, fingiu-se de morto e não respondeu às palmadinhas do médico, deixando todos em pânico, pra dali cinco minutos começar a chorar (porque ainda não aprendera a rir das suas primeiras vítimas). Ainda bebê, fazia greve de fome e se recusava a tornar as coisas um pouquinho menos complicadas pra sua mãe.

Se as crianças já costumam ser terríveis, imagina só o Simão. Enquanto os coleguinhas se divertiam fazendo travessuras como queimar formigas com lupas, ele usava uma mistura especial de nitrato de amônio que não matava, mas deixava as coitadinhas agonizando em dor por semanas. Grudava chiclete no cabelo das meninas, desenhava bigodinhos e chifrinhos nas figurinhas dos meninos. Uma vez ganhou um hamster de um tio, com aquela rodinha e tudo, mas ele preferia colocá-lo em uma chapa quente e vê-lo dançar forçado a Macarena.

Quando adulto, continuou seu repertório de peripécias. Roubava o jornal do vizinho, mas deixava apenas o caderno Zen, Equilíbrio, Viagens e esses que ninguém lê. Roubava os dízimos da igreja. Dava moedas de Cruzados Novos para cegos mendigos. Saltitava ao lado de pessoas em cadeiras de rodas. Comia chocolate em frente ao Spa. Ia no cinema só pra contar os finais dos filmes. Ouvia tecnobrega em volume altíssimo mesmo odiando as músicas: o prazer de irritar os vizinhos superava tudo.

Quando algum desinformado o convidava pra uma festa de aniversário, ele só levava presentes sacanas: cuecas, lenços, box de DVDs do R.R. Soares, capas pra computador, Cds do Fagner.

Uma vez até arrumou uma namorada pela internet, se fez de bonzinho e resolveu casar com ela. Tudo isso só pelo prazer de abandoná-la no altar, gargalhando e dizendo que era uma baranga.

Era mesmo um chato, um pé no saco, um vacilão. E ele nem ligava.

Um dia, subiu ao apartamento, colocou a comida do peixe (que não comia a uma semana) bem em frente ao aquário. Achou graça de saber que os olhos de um peixe podem se esbugalhar ainda mais. Ligou pra pizzaria e pediu cinco portuguesas e nove margueritas para entregar na casa de uma mulher surda-muda que morava em frente e não conseguiria explicar o não-pedido.

Sentou no sofá, ligou a TV a cabo (o cabo era do vizinho), mas algo devia estar errado com a gambiarra: só pegava a TV Senado. Com preguiça de levantar, deixou-se estar ali por uns vinte minutos. Descobriu que não era o único vacilão do mundo. Tinha gente que roubava dinheiro de pobre, fazia leis em benefício próprio e ainda desmentia tudo. Sentiu-se um amador. Ficou pensativo por um momento, pegou de lado a lista telefônica e copiou um número.

Era o número de um psicólogo.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O que pensam as mulheres

- Você tá brincando, né?

- Juro que não, juro!

-Mas Pereira, onde você arrumou esse troço?

- Então Manolo, lembra quando fui visitar o laboratório do tio Paulo? Aquele que fez até faculdade? Pois é, eu confesso que achei bonito, pensei que era um fone de ouvido e coloquei na orelha. Acabei indo embora e esquecendo de devolver…Então, quando descobri seus “poderes mágicos” decidi ficar com ele. Você sabe como o tio Paulo é meio biruta, né?

- Mas não pode ser possível…

- Ainda duvida? Coloca na orelha e testa. Assim.

Quando Manolo colocou o pequeno aparelho bege na orelha direita, sua mulher, Jane, apareceu na janela:

- Manolooooo! Com que você está falando? Ah, é você, Pereira, como vai?

No instante seguinte, surgiu uma voz metálica saindo do aparelhinho. Ela dizia:

[Você já tá jogando conversa fora com esse vagabundo do seu primo, né Manolo…]

Milagre. O aparelho funcionava mesmo. justo como o Pereira disse, ele traduzia tudo que as mulheres pensavam, mas não falavam, ou seja, tudo.

- Incrível, funciona! Cara, porque você está me dando isso, você pode ficar rico com ele!

- Não se iluda camarada, “isso” acabou com o meu casamento, quero distância deste artefato do demônio. Se quiser ficar com ele, tudo bem, mas é por sua conta…

Aquelas recomendações nem chegaram ao cérebro do Manolo, que estava extasiado com suas novas habilidades. Era a solução de tudo, poderia finalmente entender as mulheres e continuar heterossexual. Quantos homens não desejariam cortar caminho através das complicações femininas direto para o sexo?

O tempo foi passando e ele conseguia compreender tudo que lhe era dito pela mulher. A utopia realizada.

- Manolo, devo usar o sapato verde ou o vermelho?

E o aparelho traduzia:

[O vermelho, o vermelho! É tão óbvio, eu já fiz minha escolha, agora é só confirmar, estúpido!]

- Vermelho.

10 pontos pro Manolo.

- Você acha que eu dei uma engordadinha? Seja sincero, hein!?

[Se disser que eu engordei, enfio essa aliança na sua garganta e te sufoco até a morte!]

- Imagina, amorzinho, você nunca esteve em melhor forma. (As expressões faciais convincentes eram mérito do Manolo, não do aparelho).

Mais 50 pontos.

- Benhê, coloca na novela?

[Olha aqui, seu miserável, tô numa TPM ferrada, se não colocar na novela eu ponho fogo na sua camisa do Corinthians autografada pelo Marcelinho Carioca]

- Claro, minha linda, ainda mais porque no capítulo de hoje a Marcinha revela que é a verdadeira mãe dos trigêmeos siameses…

1350 pontos.

E assim, Manolo seguia todo contente no seu relacionamento perfeito. Depois de um mês, ele já estava com uns 735.000 pontos (o que lhe dava o direito até de recusar almoço com a sogra).

Até que Jane disse aquelas três palavras que todo homem teme ouvir:

-Olha, precisamos conversar.

[Senta aí e escuta de boca fechada, Zé mané!]

Ele sentou-se, fazendo a melhor cara de docinho de coco que conseguia.

- Olha, acho que não podemos mais ficar juntos… Não, não é você, sou eu. Você é ótimo, atencioso, carinhoso, perfeito. Perfeito até de mais. Você merece alguém melhor, a culpa é minha, eu só preciso de espaço, sabe? Mudanças, novos horizontes, ficar um tempo sozinha…

[Trouxão, você fica aí dando uma de certinho e nem percebeu que eu tô saindo com outro. Isso mesmo, você é um corno! Agora dá licença que eu tenho coisa melhor esperando por mim!]

A cara de docinho se transformou em cara de cocô. Saiu cabisbaixo, tirou o aparelho do ouvido, jogou-o pela janela e ligou para o Pereira:

- Alô?

- É o Manolo. Tá afim de tomar umas e pegar umas gostosas?

- Demorô.

domingo, 25 de outubro de 2009

E se a bíblia fosse escrita por jornalistas? (parte 3)

 

Fenômenos naturais assolam o Egito. Escravos aproveitam para fugir.

O vice-Faraó do Egito declarou estado de calamidade pública após a sucessão de catástrofes naturais que assolaram a região do Nilo. Todas as plantações foram destruídas por gafanhotos. O ministério do meio ambiente elevou o nível de poluição das águas do Nilo para o mesmo nível do rio Tietê após constatarem que estas se transformaram em sangue. Milhares de pessoas adoeceram subitamente e houve invasão de rãs na área urbana. O único setor que mantém os lucros é o de inseticidas, que teve aumento de vendas em 350% após  uma nuvem de moscas surgir não se sabe de onde. Milhares de escravos hebreus, liderados pelo líder rebelde Moisés e seu cúmplice Michael Scofield, que foi o mentor intelectual da fuga, aproveitaram a confusão para armar um motim e fugir pelo deserto. Testemunhas relatam que a fuga foi possível após atravessarem o Mar Vermelho, que teria se dividido ao meio. O Faraó Ramsés e membros das forças armadas morreram afogados na tentativa de alcançarem os rebeldes. Após viajarem 40 anos pelo deserto, os hebreus se instalaram em Canaã, que se mostrou o único lugar do Oriente Médio sem reservas de petróleo. Recentemente, o líder Moisés foi contratado pela prefeitura de São Paulo para ensinar a população como andar pelas águas nas enchentes.

Homem é jogado em alto mar e engolido por peixe.

Uma grande tempestade no mar mediterrâneo quase afundou um cruzeiro turístico que se dirigia para a cidade de Társis, na região da Magna Grécia. Acreditando que a causa da tormenta fosse o conhecido pé-frio Jonas, 46, a tripulação resolveu lançá-lo ao mar com um saco de batatas amarrado nos pés. Quando estava prestes a se afogar, o homem, que ganha a vida (eterna) como profeta, foi engolido por uma enorme baleia Cachalote conhecida como Moby Dick. Surpreendentemente, encontrou ali mais dois náufragos, de nomes Pinóquio, 1, e Gepeto, 57. Após três dias de Pôquer no interior do animal, o profeta encontrou preso aos enormes dentes uma garrafa de Dolly, a qual jogou no interior do estômago da baleia. A digestão de tal substância vez com que ela os vomitasse em uma praia. Gepeto faleceu e Pinóquio ficou empenado pela água salgada. O paradeiro de Jonas ainda é desconhecido, mas sites na internet divulgaram que ele fará um novo personagem na sexta temporada de LOST, juntamente com um padre baloeiro.

Pontos . : … ! ? , ” “ “”

.

Era uma vez um ponto sozinho

:

Um dia, conheceu outro ponto e se casaram

...

E tiveram três filhos

!

Um cresceu bastante

?

Outro ficou corcunda

,

E outro virou emo

Ele subiu na vida e encontrou um miguxo

Eles encontram dois punks

“”

Qualquer coisa pode ser dita entre dois emos e dois punks!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

E se a bíblia fosse escrita por jornalistas? [parte 2]

 

Casal é expulso de pousada após desentendimento com o dono.

Um homem e uma mulher que declaravam ter apenas alguns meses de vida, foram expulsos do jardim do Éden, na região da Mesopotâmia. O dono da pousada diz ter surpreendido os dois andando nus pela propriedade e colhendo frutas de uma árvore em área proibida. Os dois foram levados sob acusação de atentado ao pudor e violação de propriedade. A mulher gritava com o marido sobre uma tal costela que ele lhe haveria subtraído. A única testemunha ocular, uma cobra, diz que entrará com pedido de indenização por danos físicos e morais por ter os braços e pernas decepados durante o incidente. O proprietário contratou segurança particular para a área, que agora é vigiada por um anjo devidamente armado com uma espada.

 

Enchente deixa milhares de mortos

Uma enchente de proporções inéditas atingiu várias áreas do planeta no último mês. Metade da população morreu, e a outra também. Os únicos sobreviventes foram uma família de plantadores de uva, a qual possuía uma vasta coleção de animais de todas as espécies. Após ficarem à deriva em uma embarcação improvisada por vários meses, atracaram nas imediações do monte Ararat. Todos os animais sobreviveram e os integrantes da família passam por exame para constar ou não a presença de escorbuto. O negócio da família no ramo vinícola continuará, afirma o patriarca Noé, 600, apesar da falta de mercado consumidor. A identidade visual adotará agora uma pomba e um arco-íris como logotipo.

E se a bíblia fosse escrita por jornalistas? [parte 1]

Homem é brutalmente pregado em tábuas e assassinado

O jornal Diário da Galiléia traz em primeira mão a cobertura completa dos últimos acontecimentos.

Na tarde da última sexta-feira, Jesus de Nazaré, 33, foi severamente torturado e morto por soldados  romanos. Após ter sido levado a julgamento até Pilatos sob acusação de distúrbio da ordem social, o réu, filho de um carpinteiro de Arimatéia, zona norte do império, foi a Júri popular.

As autoridades, em decorrência do feriado prolongado da páscoa, deixaram que o povo escolhesse entre Jesus ou Barrabás para ser condenado. O segundo, com várias passagens na polícia romana por roubo, excesso de velocidade em jumento e porte ilegal de cajado acabou sendo inocentado. Nossa equipe conversou com exclusividade com o acusado:

Diário da Galiléia: Então, o sr. se livrou da pena. Acha que foi uma decisão justa.

Barrabás: Sá como é que é… Eu num tenho culpa. Eu tava é bêbado. Bebim, bebim! E foi o cão que butô pá nóis bebê!

Após a condenação, o réu foi obrigado a andar por uma espécie de corredor da morte a céu aberto, teve seus braços e pés pregados em pedaços de pau, e foi erguido, deixado para sangrar até a morte. Havia muitos curiosos no local, que só se dispersaram após a ocorrência de um terremoto nas imediações.

Indagados sobre o ocorrido, parentes e amigos não quiseram gravar entrevista, porém alguns deles insistiam em dizer que estas eram boas-novas.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Procurando EMO*

*Se alguém estiver se perguntando: “Pô, o casseta e planeta não fez um quadro assim?”, saiba que sim, eles fizeram, mas não, eu não copiei. Esse texto foi escrito em 2006 (numa longínqua aula de química), muito antes de eles terem tido essa idéia. Se eu tenho como provar? Dã! Claro que não. Acredite na minha palavra ou clique naquele xizinho vermelho no canto superior direito...

 

Era uma vez no fundo do mar um peixe Emo, que adorava nadar pra lá e pra cá com sua franjinha esquisita e que estava à procura de sua cara-metade. Como não encontrava, ficava chorando pelos cantos (mas como estava debaixo d’água ninguém via suas lágrimas). Certo dia cecidiu desabafar com seu melhor miguxo, o Peixe-Boi, pois já estava preocupado e nem fechava os olhos à noite.

- Olha Peixe-Boi, eu já to cansado! Não agüento mais ficar encalhado como uma baleia na praia!

-Poxa cara, mas vovê nem chegou a trocar idéia com nenhuma sereia?

-Ah, teve uma que eu até puxei conversa, mas deu deu certo...

-Ué, porquê?

-Ela disse que curtia Dead Fish!!

-E o que você fez?

-Parti pra outra. Conheci uma peixinha, pá e tal, comecei a jogar umas cantadas..

-E ela mordeu a isca?

-Literalmente...foi pescada!

-Caramba, que azar!

-Eu até tentei outras, mas...

-O quê?

-Nada. Não, não é pra você nadar cabeça de bagre, eu quis dizer nada de nadinha, nada mesmo!

-Ah, cara, o que você acha daquela ali? Perguntou o Peixe-Boi.

-Realmente, ela me deixa até sem ar! Mas ela é uma estrela do mar, nunca ia dar bola pra mim...

-Hmmm... e aquela ali?

-Aquela baleia! Nem debaixo d’água!

-E que tal aquela outra?

-Ah não, tem muita espinha...

-Então eu só tenho um conselho pra te dar...

-Qual?

- Corta essa franja e vira um peixe espada!!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Como fabricar uma verdade

 

Já pensou poder capturar a atenção das pessoas em tudo que disser? Já imaginou cada palavra que sai da sua boca sendo aceita como verdade universal e inquestionável? Multidões de fanáticos lhe seguindo? Pessoas até mesmo morrendo por aquilo que você diz? Esse sonho pode finalmente se tornar realidade para você! Trazemos com exclusividade as melhores dicas para transformar seu discurso em verdade absoluta e contornar qualquer metido a besta que venha pensar ao contrário. São técnicas desenvolvidas há mais de seis mil anos e aplicadas desde o surgimento da civilização, sempre com resultados surpreendentes. É o tutorial que faltava na sua vida.

 

marionete4xo

Em primeiro lugar, abrace uma ideologia. Qualquer uma. Mas dê preferências àquelas que tratam de assuntos sobrenaturais, daqueles que é impossível provar com fatos científicos. Afinal, você não vai querer nenhum Zé mané com um doutoradozinho estragando tudo, vai? Discos voadores, teorias da conspiração, modelos políticos extravagantes são um bom começo. Mas o filé mesmo está nas religiões, seitas, crenças e afins. Além de oferecerem uma vasta gama de opções, a presença de um ser, ou seres, divinos torna tudo mais fácil. Se mesmo assim não achar nenhuma delas interessantes, crie sua própria, oras.

O próximo passo é deixar bem claro que não é você quem está falando. É uma força maior, são as estatísticas, ou, o mais convincente de todos, é Deus. Certifique-se que as “regras” adotadas como o padrão da sua ideologia sejam uma mera desculpa para que você, só você, seja beneficiado.

Utilize o medo. Abuse sem medo de exagerar. Quanto mais as pessoas tiverem medo do governo/força/deuses/Deus mais prontamente elas obedeceram e menos questionarão. Aliás, este é outro ponto tão importante que merece um parágrafo novo.

PARÁFRAFO NOVO: Questionamentos são absolutamente INACEITÁVEIS. Seus seguidores não poderão nem mesmo imaginar que uma realidade diferente exista. Ofereça a eles um benefício por serem tão prestativos e obedientes; porque, se não forem, como você enfatizará, irão sofrer um castigo muito, muito horrível (a elaboração deste quesito é de seu gosto: reencarnações, limbo, fogo, correntes, pragas, comerciais de Dolly, tanto faz).

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Mesmo com todas as precauções, eventualmente aparecerão um ou outro metido a inteligente que começará a perguntar porque isso, porque aquilo, porque aquilo outro. Seja inflexível. “Porque é assim e pronto”. “Não sou eu quem estou dizendo”. “Não questione a vontade da força/governo/Deus”. Se a coisa começar a se espalhar pelos outros seguidores, NUNCA seja direto, pois isso pode criar mártires e revolucionários, e nada como uma ideologia para desmanchar outra ideologia. Ao contrário, seja sutil e o mais indireto possível.Utilize as ferramentas privilegiadas de discurso que o líder tem para ridicularizar o opositor. O objetivo é fazer a massa pensar que a reprovação dos diferentes foi idéia dela, que ela pensou nisso sozinha. Use entonações de voz debochadas, chore, use músicas, vídeos, aulas, púlpitos. Se alguma fonte foi citada, critique-a e faça-a parecer absurda, mesmo que usando somente a emoção e sem argumentos racionais. Se a fonte for o próprio código de regras da sua ideologia, distorça-o e diga que é uma interpretação errada. Por fim, critique a vida pessoal desses chatos repugnantes. Mesmo que isso não tenha nada a ver com o assunto em si. Por exemplo: “Fulano não acredita em OVNI’s, mas é um pinguço, se for pra ser um pinguço, então quero continuar vendo discos voadores”. Sempre cola.

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Use a ciência sempre ao seu favor. Se alguma descoberta ratifica ou comprova suas palavras, cite-a, elogie-a e diga: “até a ciência concorda que…” Agora, se existe algo contrário à sua ideologia, desminta-a, ridicularize-a, diga: “Os métodos científicos são questionáveis porque…” Não há problema em fazer as duas coisas ao mesmo tempo, ninguém perceberá!

Parabéns! Você já está preparado para liderar massas e ser o dono inquestionável da verdade. Uma última dica:evite ao máximo qualquer tipo de livro. Eles são imbecilizantes, heréticos, alienantes e perigosos!

E você, quem é?

 

Para os pais, um filho
Para os professores, um aluno
Para os publicitários, público alvo
Para os pesquisadores, classe C 18-25 anos masculino
Para os políticos, um eleitor
Para os criticados, um crítico
Para os burros, inteligente
Para os feios, colega
Para os amigos, amigo
Para a USP, nº 5904309
Para os admiradores, uma decepção
Para os visionários, um promissor
Para as senhoras, bom menino
Para as garotas, uma oportunidade
Para a terra, alimento
Para as formigas, uma montanha
Para as montanhas, uma formiga
Para os livros, um companheiro
Para ela, ???
Para muitos, nada
Para alguns, pouco
Para poucos, algo.

 

Sua vez. Quem é você?

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Namorados (não é uma auto-biografia)


Selinho, beijo de língua, abraço.
As segundas, se viam as sete. Iam ao parque, sentavam no banquinho.
Selinho, beijo de língua, abraço.
As terças, ele costumava ver os amigos. Agora todas as terças fica com ela. As sete. No banquinho. Do parque.
Selinho, beijo de língua, abraço.
Se despediam as nove, ordens do pai da moça. Ele a levava em casa.
Selinho, abraço selinho.
As quartas, não se encontravam. Ele dormia, ela assistia novelas. Atores beijando atrizes.
Beijo cenográfico de língua.
As quintas se falavam na internet. Assuntos vazios. Ele escrevia errado, ela mandava emoticons.
Bjs, bjs.
As sextas ela encontrava com as amigas. Mas ele não via os amigos, que só estavam livres na terça. Dormia mais cedo.
Boa noite.
Aos sábados, se viam as sete. Ele elogiava a beleza dela. Ela agradecia indiferente. Iam ao parque. Ele se dizia com saudades, ela não ouvia. Sentavam no banquinho.
Selinho, beijo de língua, abraço.
As nove, a levava em casa.
Selinho, abraço, selinho.
Aos domingos iam à igreja. Cantavam, rezavam, sentavam no último banco. Na volta, caminhavam pelo parque.
Beijo de língua, selinho.
Um dia, ela quis fugir da rotina. Como assim rotina? Isso mesmo quero sair da mesmice.
Mudar o corte de cabelo? Não.
Chegar em casa as dez? Papai não deixa.
Que tal sexo? Nossa religião não permite.
Discutem a relação no banquinho. Do parque. As sete.
Ele a pede em casamento. Tudo resolvido.
Selinho, beijo de língua, abraço, abraço.

Luto


Há tempos em que procuramos respostas,

e tempos em que elas nos perseguem

e nos alcançam

e laçam nossas mãos.

É quando percebemos que as lágrimas mais amargas são as que brotam nos olhos de quem amamos.

Os porquês não passam se armadilhas inúteis; não queremos a verdade, não suportamos olhar para sua face podre
e fétida. Talvez nem mesmo haja uma verdade, mas precisamos do teatro, dos rituais, dos analgésicos metafísicos.

Lá fora, pessoas riem, bebês nascem, mendigos perambulam, estudantes se formam, poetas escrevem, guerras continuam. Mas enxergamos tudo pela fresta do egoísmo, um gigantesco cenário para nós, os atores principais.
Por que me abandonaste? Perguntou o Cristo, e o silêncio foi a resposta.

O silêncio sempre é a resposta.
Tragédias acontecem, mas não há tremores, o véu do templo permanece intacto , e o dia segue azul e indiferente.
Feliz é aquele digno de lágrimas, e felizes aqueles cujas lágrimas ainda não secaram. Teimosia úmida em solo de desesperança.

Dor inconsolável: preço de ser humano.

Se até o Filho de Deus chorou ante a morte, que faremos nós?
O pó ao qual voltaremos estará encharcado pelo pranto inocente.
Se lastimamos? Cilada.
Silêncio.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Putz, mais um blog!

Machado de Assis, na introdução das memórias póstumas de Brás-Cubas, dizia: "Não admira (...) que este livro não tenha os cem leitores de Standhal, nem cinquenta, nem vinte, e quando muito dez. Dez? Talvez cinco". O cara era modesto. Obviamente, ao dizer que este blog dificilmente chegará aos cinco leitores, não serei chamado de modesto, mas de realista e até de presunçoso. Afinal, com tanta coisa na internet, tantos amiguinhos com os quais conversar, tanto scraps pra mandar, futilidades a tuitar, porque alguém viria parar neste gueto eletrônico? Como os leitores de Machado, você, leitor do K-Blog, é um problema. Sempre querendo mais e mais entretenimento. Tudo bem, ninguém te culpa, ao contrário, te peço um favor. Seja minha cobaia.


Isso mesmo, aqui pretendo publicar toda semana aquelas idéias que ficam martelando na cabeça, sabe? E você, por favor, critique como quiser. Textos despretensiosos, sérios, viajados e também alguns anúncios é o que se verá por aqui (talvez também pequenos desabafos pessoais).
Apesar de alguns dizerem que o formato blog está morrendo, ele ainda é uma boa saída pra colocar suas idéias em uma vitrine onde qualquer um possa vê-las (e talvez até copiá-las, cuidado!). Democrático, né?

E não tinha um nome melhor não?

Se você insiste em saber o porque de K-blog eu conto. Nos velhos tempos de colégio tinha o apelido de Kapote (Acho que é auto-explicativo. Dica: além do apelido, ganhei também uma cicatriz). Kapote, K-Blog.

Negócio fechado então. Quando estiver à toa, dá um pulinho aqui. Quem sabe o K-Blog cresça e você se orgulhe de ter sido uma das primeiras cobaias. Machado se reviraria no túmulo...